Papa Francisco quer uma Igreja livre de “triunfalismos vazios”
O Papa Francisco celebrou uma missa na Praça de São Pedro com os novos cardeais - a primeira celebração do cardeal António Marto - e defendeu que não se deve "separar da cruz a glória".
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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR |
O Papa Francisco disse na manhã desta sexta-feira que quer uma Igreja sem “triunfalismos vazios”. Numa missa na Praça de São Pedro, em que o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, teve a primeira oportunidade de celebrar como cardeal ao lado do Papa após ter sido elevado àquela dignidade na quinta-feira, o líder da Igreja Católica não fez referências diretas aos novos cardeais ou ao bispo de Fátima, mas tornou a insistir na necessidade de a Igreja se aproximar da “miséria humana” e da “carne sofredora dos outros”.
Perante uma Praça de São Pedro relativamente vazia — esta sexta-feira é dia de São Pedro e São Paulo, feriado no Vaticano, mas não em Itália ou mesmo em Roma –, o Papa Francisco alertou ainda para a necessidade dos cristãos de identificar o mal, as tentações, para que sejam capazes de o evitar. E isso passa, defende o Papa, por “não separar da cruz a glória” e manter-se atentos ao sofrimento dos outros.
Glória e cruz, em Jesus Cristo, caminham juntas e não se podem separar; porque, quando se abandona a cruz, ainda que entremos no deslumbrante esplendor da glória, enganar-nos-emos porque aquela não será a glória de Deus, mas a pantomina do adversário”, alertou o Papa Francisco.
“Várias vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Jesus toca a miséria humana, convidando-nos a estar com Ele e a tocar a carne sofredora dos outros. Confessar a fé com os nossos lábios e o nosso coração exige – como o exigiu a Pedro – identificar os «sussurros» do maligno; aprender a discernir e descobrir as «coberturas» pessoais e comunitárias que nos mantêm à distância do drama humano real, impedindo-nos de entrar em contacto com a existência concreta dos outros e, em última análise, de conhecer a força revolucionária da ternura de Deus”, afirmou o Papa Francisco.
Na mesma celebração, foram benzidos e entregues os pálios aos novos arcebispos, os que foram nomeados ao longo do último ano. Contudo, D. Francisco Senra Coelho, recentemente nomeado arcebispo de Évora, não esteve presente para receber o seu pálio.
Mais tarde, na oração do Angelus, da varanda do palácio apostólico, o Papa Francisco lembrou os cardeais criados no consistório e os arcebispos nomeados no último ano, sublinhando que são “provenientes de diversos países” e agradeceu a quem esteve presente nas diferentes celebrações.
Este sábado, o novo cardeal, D. António Marto, celebra uma missa na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, junto com a comunidade portuguesa que reside na cidade e com os clérigos portugueses que trabalham nas instituições do Vaticano.
Fonte: Observador
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