Meningite B: saiba tudo sobre a vacina contra a doença
Relatos de casos da doença tem aparecido nas redes sociais, mas especialista da Sociedade Brasileira de Imunizações garante que não há um surto
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Proteja seu filho com as vacinas necessárias para a idade dele (Foto: Thinkstock) |
Recentemente, casos de meningite têm sido relatados nas redes sociais e assustado a todos pela gravidade. A doença pode ser provocada por vírus ou bactérias meningococo. Para a primeira situação, não existe imunização, mas para a última, a vacina contra o grupo C (mais comum no Brasil sendo responsável por cerca de 70% dos infectados) já está disponível na rede pública, e as vacinas contra o grupo B (20%), e W, Y, A estão disponíveis na rede privada.
A Crescer conversou com Melissa Palmieri, coordenadora médica de vacinas do Grupo Hermes Pardini e membro da Sociedade Brasileira de Imunizações, sobre a situação da doença do país e dúvidas foram tiradas em relação ao processo de imunização. Confira:
Casos de meningite estão aparecendo com certa frequência nas redes sociais. Alguma região do país está tendo surto da doença?
Não. O que acontece é que como os casos costumam ser graves, sempre que algum ocorre, há uma comoção de uma grande quantidade de pessoas. Desde que o Brasil introduziu a vacina para o meningococo C, o mais frequente no país, em 2010 o número de casos da doença diminuiu bastante.
Qual a diferença entre as vacinas disponibilizadas na rede pública e na privada?
Na rede pública, a imunização é só contra o tipo C. Na privada existem duas vacinas disponíveis. A contra o meningococo do tipo B, que chegou ao Brasil em 2015, e a meningocócica conjugada ACWY que protege contra os quatro grupos.
Quanto custa a vacina contra o meningococo tipo B na rede privada?
Cerca de 540 a 650 reais a dose.
Para quem essa vacina é mais indicada?
Principalmente para bebês e adolescentes. No caso dos bebês, a ocorrência é baixa, mas o índice de letalidade é grande, mesmo que se receba todo o tratamento. Então é muito importante vaciná-los a partir dos dois meses. Já no caso dos adolescentes, a bactéria é muitas vezes assintomática, o que é muito perigoso, pois alguém contaminado pode transmiti-la a um grande grupo de pessoas sem nem saber.
Qual é o esquema vacinal contra o meningococo B?
A idade mínima para tomar a vacina é dois meses e o ideal é tomar pouco depois disso porque os bebês mais novos são os mais vulneráveis. Para bebês de 2 a 5 meses, são 3 doses com intervalo de 2 meses entre elas. Depois deve haver um reforço entre os 12 e 15 meses. Para os bebês de 6 a 11 meses, são 2 doses também com intervalo de 2 meses. O reforço deve ocorrer no segundo ano de vida. Já para os que tem entre 1 e 10 anos são 2 doses com intervalo de 2 meses. Não há necessidade de reforço.
Quais são as reações adversas?
As mais frequentes são dor e vermelhidão no local. Pode haver também febre.
Você considera que seria importante a vacina contra a meningite B ser incluída no SUS?
Já existe uma petição criada por pais para que a vacina seja disponibilizada pelo SUS. Acredito que quanto mais vacinas disponíveis na rede pública, melhor. Mas a vacina contra o meningococo B tem um grande tempo de produção, então existe uma questão operacional. Como ela tem tecnologia nova, até a rede particular vem sofrendo com sua falta em alguns períodos por causa de problemas na cadeia de produção.
Nesse momento, considero que estamos bem contemplados com o Programa Nacional de Imunização, que inclui a imunização contra o meningococo C. O mais importante é que os pais estejam atento a atualização da carteira de vacinação porque estamos tendo no Brasil uma baixa cobertura de vacinas importantes para bebês. Não basta conquistar o direito a vacina, é preciso efetivá-lo. Uma boa oportunidade para isso é a campanha de atualização da carteira de vacinação que já começou.
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